
Linha de vida soldada em estruturas e seus riscos
Muitas perguntas e dúvidas estão surgindo quando falamos de uma instalação de linha de vida, como podemos considerá-la segura e viável; nesse tema queremos abordar um pouco sobre os riscos de soldarmos um dispositivo de segurança em estruturas já existentes nas edificações.
Temos que considerar que as estruturas que sustentam as telhas de um telhado, não foram projetadas e dimensionadas para suportar muitas vezes, cargas de impactos decorrentes de acidentes com queda de um ou mais trabalhadores.
A avaliação de um projetista com auxílio de um engenheiro especializado no assunto, é fundamental para que acidentes como colapso de estruturas não venham a acontecer; infelizmente é muito comum encontrarmos linha de vida instaladas em setores de carga e descarga, fixadas diretamente nas treliças através de solda, criando um ambiente perigoso, pois o cabo de aço do trava quedas retrátil, que é muito usado nesses sistemas, pode vir a enroscar na carroceria de caminhões ou mesmos os motoristas esquecerem esses equipamento enganchado na carroceria e quando da movimentação do veículo vir a ser levado causando um grande impacto sobre a linha até que o cabo de aço venha a romper e liberar energia acumulada no ato do rompimento; se imaginarmos que um cabo resiste em média a 2000kgf, já podemos prever uma carga muita grande contra a estrutura da cobertura do telhado.
Essa situação que chega até ser comum, é um grande fator de risco para toda estrutura onde a linha está soldada, por isso o recomendável e seguro, é instalar sistemas com uso de suportes parafusados, pois nesses casos eles tendem a se soltar da estrutura, evitando que toda a cobertura venha a cair sobre as pessoas.
É totalmente equivocado, pensar que uma linha soldada pode oferecer mais segurança, pois em caso de acidente haverá com certeza, grandes prejuízos materiais e perda de vidas; o melhor sistema de ancoragem é aquele que atende as necessidades de segurança e operacionais, por isso, sempre peça a ajuda de um especialista na área, não podemos pensar que pessoas que têm experiência em montagem de determinados tipos de produtos, possa projetar e instalar uma linha de vida, a NR35 reforça a necessidade de se buscar ajuda de um profissional qualificado.
CARLOS A.G. DIAS – Técnico em Segurança do Trabalho e Consultor em Projetos para Sistemas de Ancoragem da empresa BERGO SAFETY.